Sunday, April 13, 2008

Curiosidades Angolanas



Há algum tempo que não colocava aqui alguma opinião (para os cromos postava), mas hoje, e depois de umas fotos, não resisti. O assunto na ordem do dia é salalé, uma iguaria à altura de umas pichas em lisboa ou de uns percebes com um jola. Faz-me lembrar os meus tempos de miudo quando no verão apanhávamos amoras para um copo. O petisco, que em conjunto com outros simbolos nacionais como o jindungo, o Mantorras ou a gasosa, é factor de união nacional.


Salalé é nada mais nada menos que um bicharoco com asas que depois da confusão as perde, tipo formiga alada. Vem em grandes quantidades no fim do tempo da chuva, chegando a parecer que está a nevar. Todos andam de joelhos no chão para não deixar escapar o petisco, aliás vi uns na estrada para o aeroporto de Saurimo a ocupar a estrada toda de joelhos...

Saturday, January 19, 2008

Mais Dinossauros

Na primeira página da edição nº 1009 de 18 de Janeiro do Jornal Alvorada é apresentada uma foto de senhores que não conheço de lado nenhum, com o título "Dinossauros divertidos".
Vou direito ao assunto. Em Maio vão passar quinze anos sobre a descoberta do famoso ninho de dinossauros em Paimogo. Nunca me poderei esquecer do ar de mistério do Horácio quando me mostrou o que parecia ser um ovo esmagado e depois quando o levei de carro ao local sob a sua orientação. E as peripécias que rodearam a sua descoberta. Nesse mesmo dia encontramos o que pareciam ser ossos minusculos, embora eu tivesse a certeza que seriam. Sonhei, pois percebi de imediato o que tinhamos em mãos.
Realizamos escavações nos verões de 1994, 95 e 96. Em 1997 sai uma comunicação preliminar na Academia de Ciências de Paris. Em Abril de 1998 realizámos uma comunicação mais vasta e completa na Academia de Ciências de Lisboa.
Em Setembro de 1999 obtenho o grau de licenciado em Engenharia Geológica e vou trabalhar para os túneis do IP3 em Castro Daire (Viseu) e sigo a minha vida profissional. Nunca mais colaborei neste ou noutro projecto do GEAL, embora associado nº22, pois entendi que a minha carreira profissional estava primeiro.
Mas porque não continuei no projecto?
Primeiro porque desde 1983 tinha colaborado, embora com intervalos, de forma activa, mas queria ser profissional.
Segundo, nunca entendi que o GEAL como associação tivesse capacidade para partir para investimentos avultados.
Terceiro, depois de licenciado proposeram-me um estágio profissional, como se tivesse que provar alguma coisa, e eu também não estava disposto a ficar sujeito a bolsas de estudo.
Quarto e mais importante, nunca senti que o poder local estivesse verdadeiramente empenhado em pegar nas ideias, por desinteresse, ignorância ou incompetência e eu nunca tive jeito para D. Quixote, o tal que lutava contra moinhos de vento.
Juntando a isto tudo, a evolução do GEAL, que têm sido publicadas neste jornal, com artigos de opinião, só me resta corrigir o título e parafraseando o adágio popular "Santos da casa não fazem milagres".
O que poderia ser um investimento local, passa a ser um investimento externo para onde irão os dividendos e quando não der dinheiro fecha-se. Olhem para a ousadia e visão da autarquia de Mora que montou um Fluviário por 6 milhões de euros e já passou os 100 mil visitantes.
Serão os senhores da foto os heróis da história? Quantos mais quinze anos se passarão?
Como referiu o Sr. Dário de Matos no número anterior, a Isabel Mateus já há muitos anos tinha partilhado essa ideia do parque temático. A diferença é que agora há dinheiro, mas talvez já não haja tempo.
A todos os que colaboraram e colaboram com o GEAL e o Museu um grande obrigado! Mas preparem-se para o pior quando o dinheiro começar a ditar as leis...

Thursday, January 10, 2008

Afinal o que somos politicamente?

Hoje o dia correu mal. Fui para o Consulado de Angola às 7:30h e não resolvi o meu problema até às 14:00 depois de se terem enganado da senha e eu ter perdido a paciência. Abasteci de volta o VW Polo no fim da Calçada de Carriche e eis que recebo um talão de desconto de 1 euro e tal e por baixo entre parentisis trezentos e tal escudos! Passei-me da boneca! Vivemos num país fascista agarrado à glória do passado, com escudos e tal e o Benfica e o Eusébio e mais quinhentos anos de descobrimentos ou somos um país com ideais socialistas como tanto se apregoa e se nota nas greves e manifestações? Já nem sei há quantos anos o escudo desapareceu! Se ainda tivessemos escudos não teríamos gasolina a 280 paus o litro mas para aí a 600 ou 700 paus e de certeza ganharíamos os mesmos 100 contos ou 200 contos por mês! Acho muito estranho ouvir um gajo dizer que 300 contos é um grande ordenado! É o catano, é para aí o ordenado mínimo no Luxemburgo. E irrita-me ouvir dizer que a casa custou 30 mil contos como se o gajo fosse muito rico em vez dos 150.000 euros. E os empresários... F*%"#-se, enterrem de vez o escudo. Ah! ainda me lembro dos 10 mérréis que davam para um gelado (5 cêntimos). Afinal isto é genético, tá no sangue. Pode ser que lá para 2100 quando o € for história ele tenha sido assimilado.
Uma vez fiquei lixado com F grande quando vi o que me parecia um rato (inf.) a 18 euros, mas depois cheguei à caixa e eram 18 contos! Tudo porque ainda não acabaram com a dupla etiquetagem dos preços! Acabem com isso de uma vez por todas!

Lá está! Aeroporto em Alcochete...

Sem dúvida uma decisão inteligente. Primeiro porque corrigiram um erro inicial e depois porque contactaram uma entidade com idoniedade para realizar um estudo, o LNEC. Construam-no, porra. Isto também é uma grande lição para os especuladores que se aproveitam de informação previligiada para fazerem negócios em "antecipação". Já trabalhei com estudos prévios de autoestradas e sei do que estou a falar. Cabecinhas mal intencionadas podem ganhar muita massa com esta informação. Mas estamos em 2008, o aeroporto não deverá estar pronto antes de 2017.

Se já leram o "Sétimo Selo" de José Rodrigues dos Santos (sim, o orelhudo simpático que apresenta o Telejornal e vai à guerra) percebem que quando o aeroporto começar a funcionar vai ter 10 a 20 anos de funcionamento económico em virtude do preço do petróleo. Nessa óptica o aeroporto da Portela voltava a tornar Lisboa mais competitiva...provavelmente o aeroporto vem tarde e a más horas.

Mas mesmo assim, viva o Aeroporto de Alcochete. E a TTT! E o TGV! Vem aí muito trabalho e eu em Angola.