Saturday, October 27, 2007

Políticos da treta



Há cerca de um ano publiquei no Jornal Alvorada um artigo de indignação após ter visto na TV o responsável da protecção civil da Câmara Municipal da Lourinhã culpabilizar as marés vivas (para além da forte precipitação) como a principal causa das cheias ocorridas naquela vila do oeste. Na altura, talvez despropositadamente, indiquei uma série de razões que potenciaram a catástrofe e medidas que reduzissem ou anulassem a possibilidade de tal voltar a acontecer.




Bom, estou outra vez indignado! Estando o inverno a chegar e a eventual forte precipitação poder causar mais danos, os dignissímos inquilinos da Câmara resolveram apresentar o caso ao INAG no sentido de se realizarem obras hidráulicas. Parece que não há dinheiro. O que dá muito jeito para desresponsabilizar os irresponsáveis políticos que mandam fazer barragemzinhas na foz do principal curso de água(?) do concelho. Para isso já há dinheiro e apostava que nem sequer falaram com o INAG...




Esta política de tiro no pé, a continuar, vai trazer mais problemas. Cada vez mais pois o espaço está cada vez mais ocupado por bens mais valiosos.




Esperemos que as Aguas do Oeste consigam resolver de uma vez por todas o problema da poluição e que não seja necessário tapar constantemente a foz do rio.




Já agora, os projectos para a Praia da A.B. parecem-me despropositados. Não se consegue travar o avanço do mar numa zona em constante erosão sem custos. E são nesses custos que as populações têm que pensar.




A ideia é simples: O mar está a avançar, e isto não tem nada a ver com alterações climatéricas ou actividade humana, mas porque o substrato não é rochoso. Tecnicamente são maioritariamente solos. Não têm resistência para resistir à força erosiva do mar. Neste contexto, podemos assumir taxas de de recuo médio da linha de costa de 3cm/ano. Inevitavelmente tudo o que não se puder mexer, está condenado a ser levado pelas águas. É uma questão de tempo, e a natureza tem todo o tempo do mundo. Podemos travar o avanço do mar com betão, mas o custo serão as praias. Desaparecem. E temos um exemplo debaixo dos nossos olhos. Construiram a muralha na praia, nos anos 60(não tenho a certeza), na altura a praia era enorme, mas tem vindo a reduzir-se ao longo dos anos, porque a muralha não tem rodas para andar para trás. A praia vai desaparecer em algumas dezenas de anos. Um exercício: qual o tamanho da praia no sécXIX. Certamente maior, ou pelo menos mais à frente. Difícil, não é?




O problema não está na natureza, mas na maneira como as suas paranóias nos afectam. E temos de entender isto sob pena de sermos sempre atingidos pela desgraça.

Wednesday, October 24, 2007

Saúde e alta voltagem - a polémica

Tudo se repete, tudo é ciclico. Voltou a polémica relacionada com as linhas de alta tensão. Já agora...estou em Luanda e acaba de faltar a energia eléctrica! Mas aí em Portugal, e no mundo desenvolvido, tudo serve de pretexto para dar protagonismo a uns quantos patetas, fruto da patetice comum em que se vive no hemisfério dito civilizado ou ocidental. A energia eléctrica é um dado adquirido, não é? Aqui quem não tiver um gerador tá lixado.
Não quero com isto dizer que quem protesta o faz sem fundamento. Num dos estudos que vi (e há por aí uma série deles, contraditórios) diz que a uma distância de 100m duplicam as probabilidades de uma criança desenvolver leucemia. Claro? Não, o que é alta tensão? 5kV, 50kV ou 150kV?

Basicamente um campo magnético é semelhante a um campo gravitico. O campo magnético diminui na porporção inversa do quadrado da distância. Ou seja, quando a distância duplica o CM cai 4 vezes. Por isso, e paralelizando, é que a Lua tem mais influência gravítica na Terra do que o Sol que tem uma massa milhões de vezes a da nossa Lua. Está muito perto da Terra comparada com a distância ao Sol. Claro que as tretas relacionadas com influências planetárias nem são para aqui chamadas (Astrologia ou Astropoesia).

Tudo isto para dizer que numa televisão convencional existem tensões de 15kV, o micro-ondas, o telémovel, o motor do frigorífico, ou seja, vivemos rodeados ou embebidos em campos magnéticos mais ou menos fortes. Então, como é? O governo não se pode dobrar a um grupo histérico, mas por outro lado tem de acautelar a saúde das populações. Legislação, leis, etc. Se não está bem, investigue-se, façam uma lei que seja clara e objectiva. Aliás, o mundo da electricidade está cheio de normas para tudo e mais alguma coisa...

As linhas não são projectadas e montadas por miúdos, mas quanto a licenciamentos camarários para construção junto a essas linhas não sei... Veja-se o caso da linha que atravessa uma zona em Odivelas, junto ao IC22. Quem é o responsável por aquela m... e depois veem protestar por uma linha que fica a duzentos e tal metros, ou que estraga a paisagem e desvaloriza o imóvel. Alguém disse que a c... de uma gaja puxa mais que uma junta de bois. Bem, eu diria que uma câmara de televisão puxa mais que que um F1...e depois só se vê merda, e da rala, tipo caganeira. Com moscas...e cascas de uva e feijões mal digeridos.

Sejamos sérios nas nossas opiniões, pois assim não se resolve nada. Enquanto continuarmos a eleger pessoas em que o primeiro interesse é defender os lobbys instalados...

Já agora, como fazer chegar um bem tão básico como a electricidade a longas distâncias sem aumentar a voltagem?
A resposta tá aqui, bem perto. Um gerador, pois claro!!! É só comprar 50l de gasóleo por dia...

Monday, October 22, 2007

Depois de um ano sem postar...

Bom, cheguei a Angola para trabalhar...e eis que Cabo Ledo a cerca de 120km a sul de Luanda.
A água é quente para os nossos padrões. O peixe maravilhoso...
A temperatura ambiente boa (estamos na Primavera...)